quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Desencontros...por fim...

Alice caminhou ainda durante algum tempo para as margens do rio. Partilhava com Miguel conversas maduras. A inteligência de Miguel seduzia-a. Uma vez pediu a Miguel que acreditasse que duas pessoas que conversam assim, como eles conversavam, jamais se podiam ser indiferentes.
Um dia, Miguel responde a uma das tentativas de Alice...de acreditar, de querer...dizendo-lhe "Alice tu és especial demais para mim." Alice nunca chegou a perceber a sinceridade destas palavras, mas em todo o caso confundia-a, baralhava-a. Não fazia sentido que alguém a sentisse especial e não lhe desse a alma, por muito que Alice a procurasse.
Alice sentia a falta de dele...da sua alma, presente além do corpo e das palavras. Miguel acalentava o sonho de um príncipe de um conto de fadas, querendo encontrar aquela que lhe roubasse o sono, que lhe provocasse a ansiedade de querer estar perto, que fosse dona e senhora dos seus beijos...que o fizesse correr o mundo, como quem procura um sentido!
Alice gostava demasiado, queria de tal forma a felicidade de Miguel como queria a sua própria felicidade e alegria. Alice queria que Miguel sentisse o coração a sair do peito, a necessidade de olhar constantemente para o ecrã do telemóvel à procura de notícias...
Alice afastou-se, não por deixar de pensar em Miguel, não por deixar de querer notícias, não por raiva nem revolta e muito menos por desprezo.
Alice acreditava que a maneira mais honesta e transparente de amar Miguel era deixar de visitar as margens daquele rio, abdicar das conversas, dos sorrisos...das esperanças e permitir que, na roda da vida, Miguel encontrasse a sua alma gémea e fosse muito feliz!
Agora, aquele envelope, sem remetente fazia-lhe lembrar Miguel. "And something so small bust be going so great! And yes there is so much space to growth". Alice chorava de aflição...não entendia, mas assim ficou, sem conseguir entender!

1 comentário:

Nina disse...

Por muito que se queira, há situações e palavras que "fogem" dos limites da nossa compreensão :(