Palavras caladas.....

E hoje há em mim um poderoso silêncio que me cala as palavras não sei se com convicção se com autoritarismo. Um silêncio perigoso, como uma calmaria antes de uma tempestade. Um silêncio estranho e desconfiado que impede as palavras de se transformarem em sons, abafando-as a uma espécie de condição desprovida de importância ou sentido. E hoje e só hoje, o silêncio leva-me à beira rio….à beira de um rio onde já fui muito feliz.

"Conversas Vazias"

Comecei, recentemente, a ler "A Paixão de Maria Madalena", de Margaret George e entre páginas dei com uma expressão que achei profunda de sentido: conversas vazias.

E a verdade é que há tantas por aí e ali e acolá. Conversas vazias de conteúdo, obviamente, mas vazias de compreensão, de interesse pelo outro, de emoção, sinceridade e até de empatia.

Encontro com facilidade nos ditados populares do nosso país, à beira mar plantado, expressões, mais curriqueiras e popularuchas, com indêntico sentido como a conhecida"fala fala e não diz nada".

 A expressão lembra-me alguns dos discursos politicos que escutamos hoje em dia. Os líderes e representantes das diferentes correntes políticas escrevem longos discursos, de palavras elaboradas, acentuando o tom da voz de forma particular, mas por vezes pergunto-me se eles próprios terão chegado ao fim e percebido tanta palavra proclamada. E eu nunca tinha encontrado um termo tão correto para adjetivar tais discursos e agora, encontrei.

Tratam-se apenas de conversas vazias. Mas as conversas vazias estão um pouco por todo o lado, infelizmente parecem-me mesmo um hábito instalado na sociedade. Conversas vazias em familia...num casal...entre amigos, conversas vazias no local de trabalho...alguns trechos aqui, outros mais ao lado, seria importante dar às palavras, a todas e cada uma das palavras, o sentido do respectivo significado....

Trocas de voltas da VIDA!

Faz imenso tempo que não andava por aqui, cerca de ano e meio!

Não que me tivesse zangado com as palavras, que tivesse deixado de gostar de escrever e muito menos de pensar nas muitas coisas do dia-a-dia da vida. Alturas há em que o silêncio cala a alma, apazigua o pensamento...deixa-nos crescer.

Como o tempo passa!

 Muitas foram as voltas que dei na vida desde que aqui escrevi pela última vez. Vivi uma das maiores alegrias da minha vida - o nascimento da minha sobrinha Maria - concluí o desafio academico do mestrado, fui madrinha pela primeira vez de uma linda Carolina....não calei o que achava ser a voz da minha razão...mudei de país, mudei de hábitos, ganhei amigos...aprendi palavras com novos sons e habituei-me a ler o jornal no metro.

Diz o povo que nunca se pode ter o melhor de dois mundos, mas hoje...particularmente hoje, faz-me falta o cheiro do meu mar, o caminhar na areia da minha praia, os sons das minhas gentes e dos meus animais...aqueles que dão sem nunca pedir muito em troca... Neste ano e meio ganhei muito e talvez tenha perdido outro tanto...não há balança que dê para comparar e talvez nem valha muito a pena a comparação. Mas conforta-me recordar com especial carinho um grande amigo, amigo que partiu nestas trocas de voltas que dei na vida!

Mas anda tudo doido???

Não sei se é do clima de - estou a viver um sonho mau e não há meio de acordar - que se vive no nosso país, se são efeitos secundários de uma proposta de orçamento de estado para 2012 de digestão muito difícl, mas ultimamente fico com a sensação que anda por aí muita gente cujos fusíveis "pifaram" e certamente ainda não deram aviso de falha....aqui ficam alguns exemplos:

...no outro dia recebi um pedido de orçamento para um cocktail de um aniversário de um atelier de arquitectos em que parte do texto referia a oferta do bolo de aniversário - note-se por uma empresa cujo negócio é precisamente o alimento! Claro que me apeteceu responder algo do género: considerem por favor a oferta do bolo de aniversário! Já agora, no meu próximo aniversário oferecem-me o projecto para a casa que tanto gostava de construir no terreno que há mais de 70 anos foi comprado pela miha avó e hoje pertence-me a mim????

...a semana passada recebi uma adjudicação de um almoço cuja proposta tinha sido enviada com valor y e em que a cliente refere que aceita aquela proposta (de ementa!) mas pede para pagar 3 eur a menos por pessoa....pois afirma tratar-se de pessoas simples.... e eu fiquei cá comigo a pensar...apetecia me trocar de carro - apetecia-me mas não posso - será que se eu for ter com os senhores que vendem carros e lhes pedir para baixarem o preço porque eu sou uma pessoa simples...eles terão em conta tal argumento? Tipo...eu sou uma pessoa simples, o meu orçamento permite-me comprar um Fiat, mas eu quero mesmo é um Volvo novinho em folha....posso, posso???

....a propósito de um serviço cujo valor é tão pequeno, mas tão pequeno, mas mesmo tão pequeno....o meu interlocutor do lado do cliente liga-me 500 vezes por dia, sendo que a última chamada aconteceu pelas 23h40....será que os clientes suspeitam que sofro de insónias e que os meus 4 canais de tv não são suficientes para animar as minhas noitess?????

Não acho normal....

Casos da vida real...

Um destes dias dirijo-me ao balcão de um cabeleireiro para reservar hora para ser atendida. À minha espera, uma jovem bonequinha...daquelas que são tão linda e tão perfeitinhas...com uma voz tão doce e delicada que a qualquer momento parecem poder quebrar....Loirinha, sem um sinal a mais, um pelo fora do devido sítio...uma ruguinha ou duas ou três a espreitar o canto do olho....

Bem, a moça, perguntou-me pelo meu nome para anotar a marcação e qual não é o meu espanto quando aquele anjinho...para para pensar quando inicia a escrita do meu apelido...sorri novamente...e escreve MAXADO....

Tive de trincar a língua...segurá-la com muita força dentro da cavidade que dá pelo nome de boca...mas consegui conter as palavras....sorri...e fui à minha vidinha....

Conclusão: estou seriamente preocupada com a minha reforma.... Cristo!!!!!

E pronto..já estou mais leve....

De volta!

Faz tempo que não aparecia por aqui! O último post data de 18 de Abril, já lá vão mais de 120 dias...para não dizer 4 meses.

Na verdade passei por uma fase em que me cansei de quase tudo, inclusive de mim própria. Cansei-me das indecisões, das imensas questões, das dúvidas e assombrações.

Acho que cheguei quase a esgotar as palavras, quer as ditas ao vivo e a cores quer as que surgem em pensamentos e até em sonhos.

Custou-me aceitar que o conhecido e certo se havia esgotado, no interesse e motivação. Por incrível que pareça, e mesmo sabendo que águas passadas não movem moinhos, parece que tenho uma espécie de resistência em deixar de acreditar, em baixar os braços e seguir um caminho diferente, feito de outras direcções, em piso com diferentes características. Há medida que somamos algarismos à idade, vamos pensando mais - ou pelo menos é o que sinto estar a acontecer comigo - havendo uma espécie de pressão auto induzida para chegar a uma meta, ou pelo menos avistar o horizonte.

Tudo isto para dizer que foram algumas, e significativas, as mudanças que vivi desde que escrevi o último post neste blog...há mais de 120 dias. Foram algumas as decisões, os cortes com caminhos durante muito tempo percorridos, sem cruzamentos nem metas, ainda que de quando em vez as saudades de uma certa terra batida. Por isso caros leitores e leitoras, cá me encontram de volta e com muitas palavras e letras com vontade de saltarem para o papel, que neste caso se faz de um ecrã!

Um dia destes regresso! Até lá, obrigada por andarem por aqui!

Aviso claro à navegação!!!!

Não, não desisti do blog!!!!
Ando por cá, ando é ocupada..não que alguma vez tenha andado desocupada, entenda-se, mas entre um desafio profissional onde quero muito ser feliz, uma dissertação de mestrado que já teve mais vontade e inspiração, o regresso ao ginásio, a re-conquista do meu sofá e das leituras menos científicas....sobra pouquinho!
Também devo confessar que me tem faltado inspiração. Ando cansada, moída, os meus músculos gritam frequentemente por socorro e mal bato a porta de casa, há actividades bem mais apelativas do que a de ligar o pc e escrever...até porque cheguei à conclusão que apesar de gostar muito de escrever, nem sempre devo escrever o que me apetece... confuso não é?!
Ou seja, mantenho o blog, mantenho o gosto pela escrita, o que não mantenho de momento é a vontade de escrever. Apetece-me mais dormir, ver filmes, ir à praia, comer coisas boas, ler revistas da treta, ir ao cinema...basicamente tudo coisas que não me obriguem a pensar muito. Acho que o meu cérebro anda em greve, só assegura serviços mínimos...e esqueceu-se de me comunicar formalmente. Vai mandando uns recados, mas não é muito claro, pragmático e objectivo.
Espero que recupere rapidamente e mal isso aconteça....venho cá escrever mais um bocadinho outra vez!!!