terça-feira, 30 de dezembro de 2008

E à chegada 2009 traz com ele uma Princesa!


A começar com a chegada de uma princesa com o nome de Carolina, 2009 será, um ano sorridente! Esta foto testemunha o último dia da Carolina no ventre da sua mãe e amiga de longa data - infância - da Madalena. Nesta altura a Carolina apenas ouve a voz da Madrinha! Em 2009, veremos todos um sorriso e olhar lindo como o da mãe e um apetite voraz como o pai! Ah ah ah... (É bom sinal PAI, vou crescer depressa e com muitas defesas!!!!!.....para poder passear muito com a madrinha!!!).

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Boas Festas e muita Felicidade!

A MADALENA não podia ir de férias sem desejar a todos os seus leitores e em especial aos amigos que este Natal encha as vossas almas de alegria, partilha e felicidade. Já agora ficam aqui alguns desejos para o meu sapatinho:
- Que os fabricantes de sapatos se lembrem e invistam em pessoas de porte pequeno, mas de alma cheia (cada vez é mais difícil encontrar sapatos tamanho 34?!);
- Que a ciência invente de uma vez por todas e em definitivo uma qualquer fórmula que anule os efeitos dos Bolo-Rei, filhoses, farófias, tartes e bolos e broas e mousses e essas coisas todas, porque era muito mais fácil tomar um comprimidito para combater os excessos do que convencer uma certa Madalena, e como esta muitas outras existirão, e outros, a ir para o ginásio perder as toneladas de calorias ingeridas em meias dúzia de dias;
- Que os cabelos brancos se deixem dessa mania de querer aparecer, porque eu ainda não estou preparada para tal e acho que é natural que qualquer pessoa só queira vislumbrar cabelos brancos em qualquer parte do seu corpo quando está preparada para isso! Tipo, um dia acorda e ganha coragem e em frente ao espelho do WC grita convictamente "Anda lá pá...podes aparecer que eu agora até já acho que me dás charme!?";
- Que os meus vizinhos do 2.º G percebam que a harmonia é das melhores coisas da vida e acima de tudo que a minha vizinha perceba que qualquer homem precisa de se divertir, beber uns copos a mais, chegar a casa tarde, acordar a vizinhança inteira com o barulho da sua fantástica moto, e que esta, como boa esposa, deve abrir a porta com um sorriso nos lábios. Isto de se discutir às 4h, 5h, ou 6h da matina não dá saúde a ninguém,...nem a quem discute...nem a quem, porque o silêncio da noite a isso obriga, é levado a escutar palavra por palavra...e algumas até são bem estranhas....(acho que o dicionário não as comtempla);
- Posto estes principais desejos, concluo com saúde para todos os que me são queridos e saúde extra para as duas personagens que me colocaram no mundo....um sobrinho....que o meu cunhado ganhe algum peso - coitado tão magrinho vejo-me aflita para lhe escolher as tradicionais peúgas e cuecas de presente de Natal...ahahah.......e last, but not least....se virem por aí um click...deixei-no no meu sapatinho!!!!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

This Little Thing called "Click"!

Numa época do ano em que o frio da rua contrasta com o calor luminoso de milhões de luzes e luzinhas, de todas as cores, formatos e feitios, que enfeitam ruas, prédios inteiros e moradias. Numa altura tão especial em que debaixo de pinheirinhos de Natal se escondem verdadeiros tesouros, encapotados por papéis de cores quentes, fortes e radiosas, aguardando pela meia noite de um dia especial para serem desvendados e provocarem risos e sorrisos, abraços e emoções. As chaminés dão a conhecer ao mundo os aromas das iguarias que tão carinhosamente mães e avós preparam, características da altura. No ar sente-se o cheiro a madeira de pinho que acende a lareira lá de casa, inspira-se o perfume da abóbora misturada com canela, do arroz doce com sabor a limão e do tradicional bacalhau com todos. O cenário é de sonho!
Mariana não esquece um dos seus desejos de miúda, fantasia que ganha ainda mais vida por esta ocasião. Toda a vida sonhou com um presente especial, tão especial que guardou sempre consigo este desejo. Estaria segura que ao partilha-lo com amigos e familiares, não seria compreendida, muitos chamar-lhe-iam tola, uma eterna e tola sonhadora, outros rir-se-iam do que aparentemente pode parecer uma ingenuidade. Ao virar a página para a vida adulta, a sociedade veda, como se de um processo normal e automático se tratasse, o acesso dos adultos à terra dos sonhos. Os sonhos, esses que muitos dizem que comandam a vida, não cabem no mundo real, no mundo das responsabilidades, lutas e dificuldades, no mundo das contas por pagar, no mundo em que o emprego possível contrasta em tudo com o emprego ideal, no mundo das aventuras e desventuras dos adultos! O sonho, essa quase figura de estilo, é coisa do universo da infância e Mariana há muito tempo deixara, ainda que a muito custo, a idade terna da vida. Mariana é uma jovem feliz! Considera-se até uma felizarda e afortunada pela vida. Cresceu numa família simples em recursos financeiros e materiais mas foi no seio desta família que conheceu a riqueza, uma riqueza de afectos, de valores de união e entre ajuda. A família de Mariana era o seu verdadeiro orgulho e ela sabia que era à simplicidade de seus pais que devia tudo o que era e tinha hoje. Mariana tinha nascido de 2 pedras preciosas raras, e digo raras porque nunca as dificuldades da vida foram impedimento para que Mariana e sua irmã crescessem amparadas por uma mão de rigor devidamente acompanhada por uma mão de amor. Quando questionada sobre o presente que gostaria de receber neste Natal, como em muitos outros passados, Mariana não sabia bem o que responder. Considerava que tinha quase tudo o que necessitava num dia a dia mais ou menos desafogado, e teria, seguramente, muito mais que muitos milhões mundo fora.
No plano material Mariana tinha um emprego que considerava satisfatório, tinha carro, casa própria e a possibilidade de conhecer outros mundos e culturas de tempos a tempos. No mundo dos afectos esta jovem mulher encontrava-se rodeada de amigos que desde muito cedo a acompanham, amigos pelos quais seria capaz de atravessar um deserto em horas de aflição e amigos, que fazem justiça a uma conhecida e sábia frase "São como as estrelas, nem sempre os vemos, mas sabemos que estão lá". A vida ensinou Mariana que o conceito de amizade é bastante mais restrito do que à partida esta julgava acreditar, por isso os tesouros da sua vida, entenda-se as pessoas da sua vida, contam-se pelos dedos das mãos e que sortuda que ela é. Uma certa noite, ao serão com amigos, devidamente acompanhado, como é hábito, de uma grande e quentinha caneca de chá, uma das suas bebidas de eleição, Mariana é uma vez mais confrontada pela pergunta da época.
- Sofia, sua amiga e confidente de longa data, insiste - "Anda Mariana, conta-nos lá o que gostarias de receber neste Natal!".
- Mariana cora de vergonha, ganha coragem e diz baixinho, na expectativa de passar despercebida, quase como se tivesse receio de proferir uma afronta à inteligência dos seus amigos - Sofia, gostaria verdadeiramente de receber um "click"!!
- Incrédula Sofia abre os seus olhos muito arregalados e indaga - Um Quê Amiga?!
- Um "click" vê-se Mariana forçada a repetir.
- Sofia, insiste em perceber no que afinal se traduz este desejo aparentemente importante de satisfazer para a amiga e returque - Mariana, explica lá isso como deve ser, por favor.
- Um "Click" meus amigos - explica Mariana - é algo que não se compra num supermercado, que não de adquire numa qualquer superfície comercial, porque um click não é visível ao olho humano e duvido mesmo que seja detectável ao microscópio. Um "Click" não se encontra debaixo de uma pedra, nem tão pouco num banco de um jardim, no cinema ou na discoteca. O "Click" é algo que não se procura, mas que nos encontra, quando tiver que encontrar e se tiver que encontrar. O "Click" é um dos tesouros do Mundo dos Afectos, o mundo que nem vemos nem controlamos, apenas sentimos e nos deixamos ser levados por ele.
Mariana tinha a certeza que o que tinha acabado de dizer havia sido encarado pelos seus amigos como mais uma das suas brincadeiras, mas no seu intimo Mariana sabia que não queria desistir desse seu sonho e acreditava que algures, por esse mundo fora, haveria alguém que partilhava, de forma igualmente ansiosa, desse seu desejo especial "Thit little thing called Click".
(dedicated to a special friend!)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Hoje, recordar, é ALICE!

Hoje, recordar é Alice!
A pouco mais de um mês de completar 87 anos de idade, Alice tem uma personalidade forte, vincada pelo orgulho, toda a vida foi "Senhora do seu Nariz", poucos foram aqueles a quem pediu alguma vez opinião, diria mesmo que estava muitas vezes próxima de um certo autismo como se um dos lemas da sua vida fosse o "eu quero, posso e mando". Alice é uma mulher robusta, alta, de cabelos negros e tez morena. Na sua juventude, uma mulher bonita, vistosa, por onde quer que passasse, Alice não passava despercebida.
Mãe de 4 filhos, um rapaz - o menino dos seus olhos - e 3 raparigas e avó por 8 ocasiões, 4 netos e 4 netas, Alice enviuvou nova. A vida já a tinha habituado à ausência do marido, que havia emigrado para França em busca de um futuro mais desafogado. Alice não sabia ler nem escrever, assinava o seu nome com alguma dificuldade, uma aprendizagem por conta própria, o que contrastava com a 4ª classe, naqueles tempos uma habilitação escolar invulgar, do seu marido, funcionário dos serviços municipais, antes da aventura da construção civil em terreno parisiense.
Madalena sempre soube que tinha um lugar especial no coração de Alice, nunca percebeu porquê, nem como tal aconteceu, mas os olhos de Alice brilhavam para Madalena de uma forma singular. Madalena, como neta, era talvez a única pessoa a quem, estranhamente, Alice escutava. Madalena arrancava-lhe sorrisos e despertava-lhe um brilho no olhar que fazia quebrar o estilo austero e imperialista que toda a vida cultivara e orgulhava-se por isso. Sentia um aperto no peito à medida que a idade da avó avançava e que o organismo desta dava claros sinais de debilitação. Pouco mais podia fazer do que estar o mais presente possível, e não há angústia maior do que a incapacidade para alterar aquele que é o curso natural da vida, sentirmo-nos de pés e mãos atadas. Alice não chegou ao dia 25 de Dezembro, altura em que comemoraria os seus 87 anos. Por isso, hoje, a um mês da sua partida, recordar tem um nome, e esse nome é ALICE, e recordar Alice é recordar os ovos estrelados com chouriço ao lume da lareira do antigamente, nunca mais a Madalena conheceu noutros ovos estrelados, sabor igual.... Recordar Alice é recuperar o sabor do arroz doce cozido apenas em água com limão, sem adição de ovos e leite, é ainda lembrar as filhoses que esperavam Madalena e sua irmã e primos, no local secreto do pequeno móvel verde da cozinha. Recordar Alice é recordar os figos fruto das figueiras plantadas no quintal, é recordar o sótão da casa, que mais tarde, e por outras circunstâncias da vida, Madalena fez questão de adquirir; um sótão de histórias, de imaginação de onde quase parecia avistar-se o mar... Recordar Alice é recordar sabedoria. Madalena jamais esquecerá algumas frases que Alice repetia como ensinamentos da vida. Foi pela voz de Alice que Madalena conheceu expressões como: "A vida é um vale de desenganos!" e "Aos HOMENS só escapa o vinho que as MULHERES bebem!" Para Madalena, ALICE será sempre a sua AVÓ preferida e muitas foram as vezes que Madalena lho disse. Os olhos de Alice brilhavam sempre que os seus ouvidos escutavam estas palavras, contudo, e mantendo a postura que toda a vida a acompanhou, a resposta da Alice sempre foi a mesma "Claro que sou a tua avó preferida, sou a única que tu tens e conheceste!"...