quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Desencontros III

Durante algum tempo Alice percorreu várias vezes a margem daquele rio. Dançou, partilhou, viveu, experimentou...conheceu.
Alice sentia por Miguel o encantamento que uma criança sente ao assistir a um espectáculo de magia, o fascínio pelo desconhecido, misterioso e enigmático e a atracção pelo brilho da arte, pelas cores e luzes.
Miguel era uma lufada de ar fresco. Moreno, bonito, afável. Os seus sonhos eram tão especiais que o faziam rondar entre a indecisão e a incertezas. Parecia querer encontrar um caminho para uma espécie de tesouro, sendo que desconhecia a localização do mapa para lá chegar.
O tempo passou, Alice viveu momentos únicos, mas sentia que não era em si que Miguel buscava o mapa do caminho para viver o inesquecível, sentir o que nunca havia sentido, precisar como nunca havia precisado...
(continua)

2 comentários:

Nina disse...

A busca pelo inacessível, a procura de algo que não se sabe se existe... leva-nos a "perder" o presente, a não aproveitarmos as oportunidades e a sermos menos felizes. Transmite "o recado" às tuas personagens :) Que o Miguel e a Alice vivam cada minuto e aproveitem cada oportunidade que a vida lhes dá!

Madalena disse...

@Nina,

Minha querida, não faço ideia de qual será o final da história da Alice e do Miguel. Na vida, nem sempre há lugar a histórias felizes, mesmo quando na receita se encontram os ingredientes base para que tudo seja perfeito. Porque a vida apresenta-nos rasteiras...é traiçoeira...beijinhos