segunda-feira, 18 de maio de 2009

RECOMENDO!



Na última paragem antes da partida, junta-se à bagagem um objecto diferente. Entre sacos-cama, mochilas, impermeáveis e polares, espreitava uma almofada anatómica, estranho objecto para se levar para um fim-de-semana radical, sobretudo numa arte que passei a apelidar de "enfardanço", um termo que reconheço ser pouco elegante...



O destino tinha o nome de uma das Aldeias Históricas de Portugal, local que terá conhecido bem Viriato! Da análise ao programa nasciam expectativas de um fim-de-semana bem passado. Cerca de 5 horas após a partida, chegamos ao nosso destino, a 933 metros de altitude. Folgosinho é dona e senhora de paisagens únicas, campos a perder de vista, verde no horizonte, calmaria em cada recanto. As cerejeiras espreitam os visitantes da aldeia a cada curva, as nogueiras espreitam os caminhos...o cheiro a forno cozinheiro acorda as manhãs e prolonga-se até se fecharem os olhos. Cheiros a temperos diversos povoam a Aldeia.


À chegada, somos brindados pela construção em granito, o calor dos bons dias dos habitantes locais àvidos de conversa e troca de ideias com aqueles que vêm de longe...da cidade. A cidade esse "bicho" simultaneamente estranho e encantador.



1 . Casa da Rosinha - alojamento típico.



2 - Gentes locais

Numa caminhada à descoberta das imediações da aldeia, escutamos água a todos os passos, constatamos que existe ainda em pleno Séc. XXI quem sobreviva sem água canalizada, energia eléctrica, TV Cabo, Internet, como se existisse um Portugal a diferentes velocidades, dimensões e contextos. Percebemos que a pastorícia é ainda actividade que dá o pão a muita gente e a agricultura é, nesta povoação, importante meio de auto subsistência.


3 - Riqueza natural



4 - Pastorícia


5 - Modo de vida

Com o anoitecer são-nos apresentadas as riquezas gastronómicas locais. No "Albertino" a palavra dieta soa a estrangeirismo, desconhecida do vocabulário local e haja estômago para disfrutar de tamanha riqueza e diversidade à mesa. Dos enchidos, ao pão cozido em forno de lenha e servido ainda morno com manteiga ou requeijão com doce de abóbora, ao queijo da Serra, amanteigado, guloso. As entradas só por si chegariam para refeição mas eis que de seguida o "Albertino" brinda os seus visitantes com iguarias tais como arroz de cabidela de coelho, feijoada de javali, vitela estufada, cabrito assado no forno e leitão. Tudo isto devidamente acompanhado pelo vinho tinto da casa (um bocado carrascão...é certo) vinho verde e imperial. O estômago grita por descanso, mas na casa do "Albertino" comer é a palavra de ordem e mal terminamos o Leitão surge na mesa um arroz-doce divinal, temperado com canela, cozido em leite, cremoso, fresco, único. Desengane-se quem pense que cortamos a meta, nesta prova de resistência à gula. Mas terminamos o arroz doce, surge na sala o odor a leite creme queimado e imediatamente a seguir o famoso requeijão devidamente assessorado pelo doce de abóbora local... Uffa que a tarefa foi árdua.

Na hora da despedida, o choque! A Madalena é convidada (à força...) a experenciar a famosa "Água de Folgosinho", um derivado de aguardente que me deixou ser respirar durante alguns minutos..risada total. Certo, certo...é que o peso no estômago, consequência da aventura de ingestão de 5 pratos desapareceu...e não é que a àgua especial é mesmo digestiva!



6 - Apresentações para quê! "O Albertino!"

A não perder, a visita aos Castelos da Região. Fechem os olhos e imaginem o Viriato a comandar os seus homens.

7 - O Castelo de Linhares da Beira.

Não percam as paisagens a perder de vista. O ar puro, o desconhecimento de uma palavra que se associa ao estilo de vida moderno, à cidade, ao corre corre do dia a dia: O stress. Visitem as povoações vizinhas: Melo, Linhares da Beira, Celorico da Beira e cumprimentem e conversem com os habitantes locais. Que bem que soube...que bem que faz...


É fantástico ir para fora cá dentro. Somos um País rico, nas suas gentes e tradições!



8 - Folgosinho!

3 comentários:

Ana disse...

De fazer inveja e de deixar de àgua na boca qualquer um...
Que saudades do Albertino...

Nina disse...

Durante uns minutos consegui esquecer esta roda viva de trabalho em que estou metida e desfrutar o teu (de certo) fantástico, maravilhoso, 5* fim de semana.
Obrigada por esta partilha. Ficou sem dúvida água na boca e uma imensa vontade de lá ir...

sheiladalila disse...

Fogo... eu estive lá mas olha que a descrição é quase tão boa como o lá ter estado! lol

Ainda bem que gostaste do "enfardanço" :D

Temos de lá voltar!

Bjinho